por Magno Urbano

Numa era onde é fácil utilizar um programa de computador para manipular uma imagem digital como, por exemplo, o Photoshop – no que diz respeito a imagens estáticas – ou um programa como o Inferno, Combustion ou um seus primos mais pobres como o After Effects, por exemplo, torna-se cada vez mais difícil descobrir se uma imagem ou vídeo é original ou foi forjado.

Por isso, um pesquisador chamado Neal Krawetz, resolveu analisar o tema e tentar perceber de que forma poderia verificar a autenticidade de uma imagem.

Utilizado um programa desenvolvido por si próprio, Neal Krawetz descobriu que no caso de imagens comprimidas estas apresentam um padrão de compressão constante ao longo de toda a imagem, tornando a inserção de um novo elemento qualquer, fácilmente detectável – já que este novo elemento teria outro padrão de compressão ou dinâmica de cor. Para além disso, cada máquina fotográfica ou câmara de vídeo possui uma maneira própria de codificar a imagem, parâmetro que também pode ser considerado para comparar os elementos na imagem.

O pesquisador também descobriu que cada programa de manipulação de imagem, também tem a sua peculiaridade de gravação dos ficheiros, o que pode servir para identificar se uma imagem foi manipulada em algum programa.

Ao comparar todos estes parâmetros, a técnica permite descobrir que partes das imagens foram alteradas.

Para testar a sua técnica, Neal Krawetz resolveu utilizar as imagens de Ayman al-Zawahiri, suposto “chefe” da alegada “rede de terroristas” Al Qaeda, divulgada pelos média nos EUA, recentemente. Segundo a sua análise, que resultou na segunda imagem mostrada no início deste artigo, é possível ver claramente todas as partes que foram acrescentadas à cena, ou seja, o próprio fundo da imagem em si, as letras escritas no fundo, o logotipo e as legendas e a própria imagem do “terrorista” em si, ou seja, toda a imagem foi composta em computador.

Na segunda imagem analisada, de outro “terrorista” Azzam Alamriki, é possível ver que, novamente, todos os elementos da cena foram compostos, até os livros, que segundo Nael Krawetz possuem, inclusive, outra dinâmica de cor.

A pesquisa de Nael Krawetz leva a questões interessantes. A primeira é a de imaginar que os “terroristas” são tão sofisticados que possuem um estúdio de efeitos visuais e de pós-produção de vídeo, estúdio este que possui, inclusive, acesso a sistemas topo de gama de composição de imagens, provavelmente comprados nos EUA algo, no mínimo, completamente improvável. A outra possibilidade é a de que as imagens tenham sido fabricadas por alguns interessados em promover a tal ilusória “guerra ao terrorismo”, concebida para dar poder aos políticos e fazer alguns lucrarem.

O mais pitoresco é que os mesmos computadores capazes de forjar imagens podem ser usados para desmascarar.

ACTUALIZAÇÃO A ESTE ARTIGO (4-AGO-2007): No dia seguinte a ter divulgado os resultados da sua teoria, o pesquisador Nael Krawetz mudou, estranhamente, as conclusões dos resultados obtidos e negou tudo o que disse. Os adeptos das teorias da conspiração já podem imaginar o porque de ter mudado de opinião em dois dias, depois de ter levado anos a chegar às colclusões previamente divulgadas, de que os vídeos do Al Qeada tinham sido fabricados. Agora, mais do que nunca, aconselho a todos que assistam aos vídeos seguintes.
Para terminar, aconselho que assistam aos vídeos seguintes, correspondentes ao espetacular domentário da magnífica BBC, chamado THE RISE OF THE POLITICS OF FEAR (o surgimento da política do medo), criado pela magnífica BBC, em 3 partes. Entenderá porque muitos termos deste artigo foram colocados entre aspas…

THE POWER OF NIGHMARES
THE RISE OF THE POLITICS OF FEAR - Baby it’s cold outside (parte 1)

THE POWER OF NIGHMARES
THE RISE OF THE POLITICS OF FEAR - The Phantom Victory (parte 2)

THE POWER OF NIGHMARES
THE RISE OF THE POLITICS OF FEAR - The Shadows in the cave (parte 3)

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